Uma Breve História do Carnaval

UMA BREVE HISTÓRIA DO CARNAVAL

Não se sabe, ao certo, quando o Carnaval teve sua origem; a referência mais antiga vem de duas festas que aconteciam na antiga Babilônia: SACEIAS (festa com inversão de papéis) e EQUINÓCIO DA PRIMAVERA (ponto da órbita da Terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite, que acontece nos dias vinte e um de março e vinte e três de setembro). Na primeira, um prisioneiro condenado à morte tinha um dia de rei: era vestido como tal, usava a coroa real, alimentava-se à mesa do rei, passava a noite no harém do soberano e, pela manhã, era chicoteado e depois enforcado ou empalado (espetado em um madeiro e suspenso em praça pública). A segunda festa acontecia com o próprio rei, antes do equinócio da primavera, quando eles comemoravam o Ano Novo. O rei era levado ao templo de Marduk ou Merodaque (deus protetor da antiga Babilônia), uma vez por ano, despia-se de toda a sua nobreza e poder e era surrado diante da estátua desse deus como sinal de humilhação e submissão. Em seguida, reassumia o trono.

Qual o elo com o atual Carnaval? Ambos têm o caráter de subversão social, inversão e transformação temporária de papéis, como o prisioneiro virar rei e o rei virar plebeu-escravo. Hoje vemos homens vestidos de mulher, mulheres vestidas de homem, pessoas comuns vestidas de celebridades, adultos vestidos de bebês, pessoas fantasiadas de diversas formas.

No antigo Egito havia festas semelhantes à deusa Isis, ao deus Osíris e ao deus touro, Ápis. Os hebreus também tinham a chamada “Festa das Sortes”. Há quem se reporte à origem do carnaval por volta do ano 520 a.C., na Grécia. Eram as festas dionisianas ou dionisíacas, dedicadas a Dionísio, deus do vinho, marcadas pela embriaguez e prazeres carnais. Com o Domínio do Império Romano, os deuses gregos tiveram seus nomes mudados para nomes latinos e Dionísio passou a chamar-se Baco cujas festas eram denominadas de bacanais.

Em Roma, mais duas festas eram associadas aos bacanais: as SATURNÁLIAS e as LUPERCÁLIAS. As primeiras aconteciam no solstício de inverno (período em que o sol está mais distante da Terra em relação à linha do equador – em dezembro e junho) em comemoração ao deus Saturno, o deus da agricultura. A segunda acontecia em fevereiro, mês das divindades infernais, dedicada a Luperco, deus dos campos e rebanhos e também deus protetor dos lobos – símbolo de Roma. As Lupercálias eram marcadas por celebrações que duravam vários dias com orgias, bebedeiras, comilanças, danças e inversões de papéis: escravos viravam senhores e seus senhores os serviam como escravos. Essas festas eram totalmente pagãs. Imperadores cruéis, como Nero, aproveitavam esses períodos de festas para promover a morte de cristãos e seus familiares, onde cristãos eram transformados em gladiadores para lutarem com leões e até mesmo as crianças (filhos de cristãos) eram fantasiadas de ovelhas (revestidas com suas peles) e jogadas nas arenas para serem devoradas pelas feras. Toda essa crueldade era para divertir o povo. Durante o Renascimento, século XVIII, em Florença, começaram a surgir desfiles de pessoas fantasiadas, carros enfeitados e as primeiras canções que embalavam os desfiles. Em Roma e Veneza começaram a ser usadas fantasias chamadas de BAUTA (capa e capuz pretos, chapéu de três pontas e máscara branca). As máscaras começaram a ser usadas pelas pessoas da elite e celebridades para não serem reconhecidas e terem a liberdade de transitarem entre o povo nas ruas.

No Brasil, o Carnaval teve seu início no período colonial com a festa portuguesa denominada ENTRUDO (folguedo carnavalesco antigo que consistia em guerras, entre os foliões, de água, farinha, tinta etc.), que era praticada pelos escravos que, aos poucos, foram introduzindo seus ritmos e divindades africanos. Depois foram aparecendo os CORDÕES (grupo de foliões usando a mesma fantasia), os RANCHOS (grupo de foliões que corriam as ruas dançando e cantando marchinhas populares), as festas de salão, os CORSOS (desfile de carros e carruagens) e, mais tarde, surgiram as escolas de samba. Depois, juntou-se também outras festividades e danças folclóricas como os AFOXÉS ou CANDOMBLÉ DE RUA, FREVOS e MARACATUS (manifestação folclórica dos afrodescendentes no estado de Pernambuco), alcançando todo o país. E o rei Momo? O rei Momo é um personagem da mitologia grega que se tornou símbolo do Carnaval. Na realidade, Momo era uma deusa e seu significado é “Reclamação”. Na Roma antiga, o soldado mais belo era designado para representar a deusa Momo, no Carnaval, ocasião em que ele era coroado rei. Durante os três dias da festividade ele era tratado com toda reverência, sendo o anfitrião de toda a orgia. Quando acabavam as comemorações, ele era sacrificado no altar de Saturno. Depois passou-se a escolher o homem mais obeso da cidade para servir como símbolo de fartura, do excesso e da extravagância. No Brasil, surgiu o primeiro rei Momo, o palhaço negro do Circo Spineli, Benjamim Oliveira. Simbolicamente, o Prefeito entrega a chave da cidade ao rei Momo para que ele governe, soberano, durante os três dias de festa, isto é, entregando a cidade ao anfitrião de todo tipo de orgia, libertinagem, violência…

Como filhos de Deus, precisamos saber o chão que estamos pisando, para não nos entregarmos ao fascínio do Carnaval, olhando superficialmente, como se fosse apenas um evento folclórico, inocente, sem nenhuma influência espiritual. Quem participa do Carnaval se aliança com os espíritos malignos que o regem; são espíritos profanos que se alimentam das orgias, bebedeiras, violências, idolatria, drogas e sexo desenfreado; aumentando as estatísticas estarrecedoras de acidentes, mortes, doenças, vícios, estupros etc. Desde os anos remotos, o Carnaval tem sua estrutura embasada na orgia, na bebedeira, na comilança desenfreada e na idolatria a deuses pagãos tendo sempre como desfecho o sacrifício humano. Que Deus nos guarde do mal e nos guie pelas veredas da justiça por amor do Seu nome.

Bispo Luiz Paulo

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